Em Riba de Âncora Miguel Alves sublinhou o trabalho de “lealdade absoluta” que mantém com o presidente da junta de freguesia
A sede da junta de freguesia de Riba de Âncora tornou-se pequena para acolher a última reunião descentralizada, que decorreu na quarta-feira passada, e que juntou os executivos da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia e a população que quis ouvir e interpelar diretamente os autarcas. Miguel Alves enalteceu o trabalho que tem vindo a desenvolver com o autarca da freguesia: “o trabalho que tenho feito com o presidente da junta de freguesia baseia-se na regra de lealdade absoluta. É bom que possamos trabalhar assim em comum”. Também Paulo Alvarenga referiu a boa relação que mantém com o Município: “sem o apoio da Câmara Municipal, do Conselho Diretivo de Baldios e dos funcionários da autarquia não era possível fazermos nada. O presidente sozinho não faz nada”.
Em Riba de Âncora, Miguel Alves, de forma transparente, explicou: “os problemas do concelho não vão ser todos resolvidos nem em quatro, nem em oito anos, até porque vão surgindo outros. Mas há capacidade e imensa vontade de trabalhar com Riba de Âncora para que possa ser assinalada no mapa, sobretudo ao nível do desenvolvimento que o nosso concelho merece e tem que alcançar nos próximos anos e rapidamente, a bem das nossas famílias e a bem das nossas empresas”.
Na quarta-feira, foram sete as pessoas que interpelaram diretamente o executivo. Saneamento básico, encerramento da escola básica e jardim de infância de Riba de Âncora, edifício da Escola Comendador Ramos Pereira, cursos naturais de água são as questões que mais estão a preocupar os ribancorenses.
No que respeita ao encerramento da escola básica e jardim de infância de Riba de Âncora, Ana São João esclareceu que esta é uma situação que também preocupa o executivo: “a vossa preocupação é a nossa preocupação” e acrescentou que a forma de resolver “é lutar sobre aquilo que é nossa crença de escola pública e acompanhar a população nas suas angústias de modo a podermos dar uma resposta”.
Relativamente à retoma da Escola Comendador Ramos Pereira para o património da junta de freguesia, Miguel Alves explicou que o edifício pertence ao Estado, ao Ministério das Finanças. O presidente referiu ainda que os equipamentos subaproveitados devem ser “abraçados” e, por isso de tudo vai fazer para que o Estado ceda a escola “por décadas” à freguesia. Mas lembrou que para que isso seja possível terá de existir um projeto, e não apenas uma ideia daquilo que se pretende fazer.
Quanto às obras de saneamento básico, Guilherme Lagido explicou que em outubro o problema deverá estar resolvido e lembrou que esta é uma obra com vários episódios complexos.
As reuniões descentralizadas foram uma das inovações deste executivo. Desde o início do ano, o executivo já percorreu quatro freguesias do concelho e em todas a adesão foi em massa. Também em Riba de Âncora a adesão foi muita, o que comprova a importância e os motivos que levaram o executivo camarário a introduzir na gestão camarária esta ferramenta de cidadania. “Estas reuniões têm uma grande importância. Riba de Âncora fez-se ouvir junto do presidente da Câmara e seus vereadores como muitas vezes não é possível”, salientou o presidente da junta de freguesia, Paulo Alvarenga.
Sobre as reuniões descentralizadas, Miguel Alves reiterou o que tem vindo a dizer e a defender desde que anunciou que a Câmara iria começar a realizar estas sessões públicas: “é bom estarmos junto das pessoas. É bom podermos conversar, dialogar, divergir e, sobretudo, encontrar soluções para a nossa e vossa freguesia, para o nosso concelho”.
Sobre esta matéria, também Ana São João explicou: “estas reuniões permitem ao executivo ouvir de viva voz as reais necessidades da população. Permite-nos ir avaliando o curso do nosso trabalho”. Na verdade “daqui a 14 meses cá estaremos para ser avaliados, penalizados ou explicar porque é que as coisas não aconteceram”, acrescentou o presidente.
Para Miguel Alves, Riba de Âncora é uma freguesia com caraterísticas importantes que devem ser valorizadas e aproveitadas, nomeadamente o património de paisagem: “é isso qua a qualifica e que lhe dá um aspeto muito agradável”.
Aos ribancorenses o presidente disse: “hoje as pessoas não procuram o nosso concelho só por causa do mar, das festas que vamos fazendo, da Rua Direita em Caminha ou por causa do peixe que podemos comer em Vila Praia de Âncora. Vem também por causa da paisagem, porque temos um concelho que consegue dar este pacote e, neste pacote está Riba de Âncora. Riba de Âncora não tem mar para dar, mas tem paisagem, tem tradição, tem valorização de produtos”.